terça-feira, 24 de abril de 2012

:: "A prioridade de Portugal deve ser apoiar as PME" ::

O representante da Comissão Europeia esteve em Lisboa quinta-feira para falar de "especialização inteligente". Um novo conceito que condicionará a atribuição de fundos estruturais no próximo orçamento comunitário e que significará a concentração de investimento em menos projetos. Mas deixou um aviso claro: a redução do défice continua a ser a prioridade.

Como é que o conceito de "especialização inteligente" se aplica a Portugal?
Temos de olhar para isto como parte do desenvolvimento económico europeu. Quando olhamos para as nossas vantagens no mercado global, indústrias simples - onde a Europa era competitiva há alguns anos - já não são tão relevantes para o crescimento.

Como por exemplo?
Muitas indústrias, como a têxtil, construção naval, etc., que eram tradicionalmente fortes na Europa deixaram de o ser. A Europa tem de encontrar soluções. É importante para a Europa inovar. É aqui que está a sua força. Os recursos humanos são muito bons. São pessoas com qualificações elevadas que podem produzir inovação. Todos os países têm programas dedicados a inovação. Mas como não há uma visão estratégica, estas medidas têm sido muito caóticas. Não são colocadas num contexto de desenvolvimento económico. Se olharmos para programas de transportes e ambiente, é relativamente fácil construir estradas ou caminhos de ferro. Para inovar é preciso ser criativo. Perceber o que vai de facto dar uma contribuição para o crescimento económico em vez de apostar em projetos que apenas dão uma ilusão de inovação.

É aí que entra a "especialização inteligente"?
Alguns Estados membros têm dificuldades em desenhar planos de inovação. Por isso criámos este conceito, que basicamente significa que, se vamos investir, é preciso fazê-lo de uma forma inteligente. Perceber os pontos fortes e fracos do seu país e região e não apostar em áreas onde nunca será excelente.

Em que errou Portugal nos últimos anos e no que deve agora apostar?
Portugal é que tem de decidir em que é que vai investir. Mas têm recomendações. Sim, podemos dar aconselhamento. No que diz respeito a fundos estruturais, nós favorecemos o apoio a pequenas e médias empresas (PME). Temos de ver se em Portugal há PME que precisem de ser apoiadas para serem competitivas no mercado global.

O apoio financeiro é o mais importante?
Sim, isso é importante. E temos instrumentos para isso. Primeiro queremos ver o que Portugal quer apoiar, mas achamos que é preciso apoiar mais a inovação nas PME. O desenvolvimento de PME mais inovadoras deve ser a forma de avançar.

Mas não estamos a falar de mais dinheiro, certo?
Estamos essencialmente a falar do próximo período [orçamento da União Europeia 2014 a 2020]. Para o próximo período, temos de ter a certeza que estes fundos são investidos e têm impacto no crescimento dos Estados membros. Vemos que alguns programas não têm um objetivo claro no que diz respeito ao impacto na economia ou um enquadramento no desenvolvimento do país. A forma como se dispersam os recursos faz com que o impacto seja mínimo. É preciso concentrar os recursos. Estamos a falar de gastar dinheiro em investimento, num período dominado por medidas de austeridade.

É possível conciliar as duas?
É com essa questão que os países europeus se estão a deparar. Ao reduzir a despesa pública, também se reduz o investimento em inovação e o apoio às PME, porque não se pode mexer nas pensões ou no sistema público de saúde. Por isso é que este conceito de especialização inteligente é importante. Se há poucos recursos, tem de ser inteligente e usá-los da forma mais correta. Instituições como o FMI têm aconselhado a Europa a reduzir o ritmo de austeridade. A redução do défice e da dívida devem continuar a ser a prioridade europeia? Sim. Não há outra opção. Quando se tem um défice orçamental, isso significa que o país está sempre a pedir dinheiro emprestado. Já não faz sentido. Vimos que em alguns estados membros isso fugiu de controlo e colocou mesmo em risco a zona euro. A prioridade é cumprir os objetivos definidos para os défices.

Fonte: Dinheiro Vivo

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